terça-feira, 26 de agosto de 2008

200 Anos da Chegada da Família Real




No princípio do século XIX a Europa foi sacudida por uma guerra longa e violenta. Napoleão, imperador da França, grande general, organizou um exército poderosíssimo e invadiu vários países somando vitórias.

Para derrotar os ingleses, imaginou um estratagema: obrigar as outras nações a fecharem os portos à Inglaterra, que sendo uma ilha ficaria isolada e muito enfraquecida sem poder comerciar.

Acontece que Portugal e Inglaterra eram velhos aliados e faziam muitos negócios entre si, por isso os portugueses decidiram não obedecer. Napoleão ficou furioso, preparou um exército de 30.000 homens comandados pelo célebre Junot e ordenou-lhe que conquistasse Portugal.

Mas nesse tempo os militares deslocavam-se a pé ou a cavalo, tinham que carregar armas e bagagens, acampar pelo caminho, ou seja, demoravam imenso tempo a chegar ao seu destino. A notícia porém voava de boca em boca ou na bolsa de um mensageiro veloz.Quando em Lisboa se soube que vinha aí uma invasão francesa, foi o pânico. Na altura não havia condições para enfrentar um inimigo tão forte, corria-se o risco de perder a independência. Que fazer? Depois de muitos debates, tomou-se uma decisão: a família real devia partir imediatamente para o Brasil que nessa época era uma colónia portuguesa.A Corte a salvo do outro lado do oceano assegurava a independência. No ano 1807, a família real era muito numerosa e incluía pessoas de todas
as idades.


Com a chegada de D. João VI, o Rio de Janeiro entrou em ebulição. Várias transformações marcaram o cenário político-social da cidade: o Decreto da Abertura dos Portos às Nações Amigas transformou o porto do Rio num importante centro financeiro-comercial; o crescimento populacional foi outro factor marcante, devido ao grande número de nobres e funcionários da corte portuguesa que formavam a comitiva do rei; a criação do Banco do Brasil e de novas instituições administrativas, trazendo para o Rio de Janeiro os ares da metrópole. Os hábitos culturais se modificaram, pois fazia-se necessário satisfazer a demanda de uma aristocracia que valorizava a cultura europeia.

100 Anos de Machado de Assis


Este ano completam-se 100 anos da morte de Machado de Assis, considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos e também o mais universalmente compreensível dos nossos autores. Ele soube como poucos descrever os sentimentos mais comuns do ser humano e é unanimemente aclamado pela crítica e por leitores como um mestre da ficção.
Sobre sua vida, sabe-se menos do que gostaria, já que admitiu poucas pessoas em sua intimidade. A biografia de Joaquim Maria Machado de Assis costuma ser uma operação arqueológica. Sabe-se que o feliz casamento (que durou 35 anos) com Carolina Novais em 1869, deu ao escritor a serenidade necessária para escrever a maioria de seus brilhantes livros, como Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.
Seu grande amor morreu em 1904. O criador de Brás Cubas morreu em 29 de setembro de 1908, aos 69 anos, sem filhos, solitário e doente (o atestado de óbito diz que ele foi vitima de arteriosclerose - o endurecimento da parede arterial -, mas outros testemunhos dizem que morreu de câncer na língua), cercado apenas por alguns amigos, como Olavo Bilac e Euclides da Cunha.
Machado de Assis não tinha parentes diretos. Filho de família humilde, foi criado pela madrasta depois da morte prematura dos pais.